terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Combater a miséria,um desafio permanente do Brasil

Por Mário Teixeira, diretor-executivo

marcio.teixeira@preparasp.com.br

Desde 2003 o Banco Mundial vem acompanhando o desenvolvimento da economia dos países integrados no mundo. O conjunto desses estudos chama-se Doing Business (Fazendo negócios) e já está pronta a avaliação de 2010 para 182 países. A expressão pode parecer estranha. Não seriam todos os países do mundo?
Não, um país não é só um enorme território. Esse é o maior alerta que se pode fazer a um país que somente pensa em crescimento baseado em consumir, sem formar gente.
Vejam o primeiro parágrafo do relatório do Banco Mundial para 2011 já disponível em português:
“Um setor privado vibrante – com empresas fazendo investimentos, criando empregos e melhorando a produtividade – promove o crescimento e expande as oportunidades para as pessoas de baixa renda.
“Nas palavras de um equatoriano de 18 anos, publicadas em Voices of The Poor (Vozes dos Pobres), uma pesquisa do Banco Mundial que capta as perspectivas das pessoas de baixa renda do mundo inteiro; “primeiro eu gostaria de ter qualquer emprego”
“Apoiar o crescimento do setor privado (prossegue o documento do Banco Mundial), e garantir que os pobres participem de seus benefícios, requer um ambiente normativo onde novos participantes com idéias boas e dinâmicas, independentemente de seu gênero e origem étnica, possam abrir um negócio e onde boas firmas possam investir e crescer, gerando empregos”.
Pela importância do estudo realizado pelo Banco Mundial, vamos aprofundar, a partir de hoje, nosso foco a respeito.
O documento chamado “Doing Business 2011” é o oitavo de uma série de relatórios anuais que estudam detalhamente as regulamentações que melhoram a atividade de negócios e as regulamentações que a restringem.
Como resultado, são apresentadas classificações gerais e classificações específicas que mostram a facilidade ou a dificuldade para se abrir e manter negócios. E aqui está nossa preocupação. Em 2010, o Brasil ficou em 127º lugar, isso num ranking de 183 países, e isso precisamente no ranking que mediu a “facilidade para fazer negócios”.
Por isso, nas próximas postagens vamos abordar os tópicos que indicam medidas que, se implantadas, podem ajudar o Brasil a superar seus próprios limites. E aqui temos algo muito claro em mente: são as pessoas que fazem a diferença. Nenhum país é somente governo. Um país é o governo e seu povo. Pode ser grande e rico em recursos naturais, e ainda assim ser tratado mundialmente como uma grande fazenda.

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