sexta-feira, 4 de março de 2011

Dialogue com aquilo que parece ser um trauma

Márcio Teixeira, diretor executivo


Competência é coisa que pouca gente coloca em dúvida. É também o fator que mais vi despertar paixões, em qualquer ambiente, trabalho, escola, trem, metrô, ônibus, calçada, Quinta Avenida em Nova York.

Pense um minuto. Recorde-se de uma grande aula, de um grande seminário, de um grande café filosófico. Duvido que o palestrante não tenha provocado uma onda de paixão no seu entorno.

Quer um exemplo, vá lá: Flávio Gikovate, o psicoterapeuta  que já escreveu 26 livros e deu palestras no Brasil e no Exterior


Tenha certeza de que toda pessoa competente aprendeu uma coisa: os traumas ensinam.


Por isso, reforçando o que já foi dito no texto de ontem, não há necessidade de eliminar as emoções numa reunião. Aliás, segundo a teoria a respeito, tentar ser uma pessoa sem emoções chama-se neurose.

Onde tudo começa: Por que ocorrem os diálogos. Por que precisamos transmitir alguma coisa, informações, sensações, emoções.
Numa empresa, você será pago para resolver problemas e para isso receberá instruções de acordo com a sua competência comprovada e segundo as necessidades da empresa.
Os transtornos começam quando as explicações e diretrizes começam a cair num imenso poço, o poço dos automatismos mentais.

Para fixar: automatismos mentais são aquele atos que você dispara em direção ao mundo sem passar pela consciência, ou passando apenas ligeiramente pela consciência.
Portanto: num diálogo, todas as declarações correm o risco de cair num enorme poço de automatismos. O que interrompe a marcha e faz teu cérebro entrar em modo cautela é precisamente alguma coisa que provoque um choque.
É um caminho muito eficiente, pois gera um clima de máxima atenção e, conforme o caso, de participação proativa das pessoas.
É a grande chance de você, de repente, se tornar uma pessoa que “saca” algo, que interrompe uma longa caminhada de resmungos e aflições.

Dica essencial: existem atalhos na longa estrada dos traumas e aflições. Um deles é preocupar-se, primeiro, em compreender os outros, depois tentar se fazer compreendido.

Pode acontecer de a pessoa que deu um grito procurar você para pedir desculpas. E nesse momento você terá uma boa notícia para ela. “Hei, sabe que aquele grito seu na reunião? Meu deu uma idéia, olha só...” 

Essa pessoa sairá feliz por ter encontrado alguém que não só a compreendeu como ainda festejou com ela um momento de criação. 
Parabéns, você merece.

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