terça-feira, 1 de março de 2011

O que fazer com nossas emoções numa conversa profissional


Márcio Teixeira
Diretor Executivo da Prepara Osasco

Parecia ser o maior desafio dos profissionais que conheci. 

Parecia ser o maior desafio dos funcionários com quem trabalhei. Parecia ser o maior desafio da maioria das pessoas que encontrei em situações sociais. 

Hoje, tenho certeza, o maior desafio das pessoas é lidar com as emoções que transitam entre quem fala, quem ouve, quem foi citado, quem não disse nada, quem falou sem pensar, quem pensou e pouco falou, e sei que estou entre elas.

Que desafio é esse?
Dialogar.

Por razões profissionais passei grande tempo observando pessoas e situações. E agora mesmo, na hora de escrever, ainda me pergunto se os diálogos que as pessoas travam se destinam mais a confundir do que esclarecer. Tudo parece claro, claríssimo. Por quê tanto desentendimento, tanta perda de tempo, de energia e de amigos?

Vamos então dialogar.

Você está no meio de uma reunião profissional. Há trocas de opiniões e de vontades. De repente, uma frase dita por um dos presentes, geralmente o mais quieto, mais observador, e alguém parece se sentir chamuscado. Não diz nada. Rumina pensamentos (maus?). Culpa-se, queixa-se internamente (a quem?), pensa em dizer verdades. Outro parece agredido. Outro mais torna-se irônico. Outro esquece o que estava a ponto de dizer.
O que aconteceu de fato? Todos estavam ali dizendo que discutiam com boas intenções. Mas como já diz o velho ditado, o inferno anda abarrotado de boas intenções. O que se torna visível depois de uma reunião é que os sentimentos subiram e desceram ao longo de toda a escala da flexibilidade humana.
Emoções! Por que as emoções sempre perturbam o clima de trabalho? É preciso coibir as emoções?
Grande engano. Encontrei o assunto bem cuidado no livro Conversas Difíceis, escrito por três autores (leia abaixo) que participaram do Projeto de Negociação de Harvard uma década atrás. “Diálogos difíceis não apenas envolvem emoções, são a essência da coisa toda. Não são um subproduto conturbado  do envolvimento em um diálogo difícil, eles são a parte integral do conflito”, lembram os autores.

Primeira regrinha, portanto:
Não imagine que as reuniões profissionais ou pessoais vão ser ótimas porque as pessoas não expressam ou não vivam emoções. Serão ótimas se as pessoas souberem mais sobre as próprias emoções e se aprenderem a lidar melhor com elas.
O caminho:
O receituário básico está fragmentado em livros e teses. Por isso, aqui, a idéia é ser objetivo e claro.
Pergunto: você consegue se esquecer de você, de tudo o que você acha de bom e de mau sobre você mesmo? Consegue colocar toda a sua atenção no que o outro diz sem julgá-lo? Consegue perceber claramente a diferença entre aquilo que as pessoas dizem e aquilo que você achava que elas fossem dizer?

Bom, essa é a primeira providência honesta que toda pessoa deveria adotar. 
Faça isso hoje, já, agora. Amanhã continuo. Um grande abraço a todos.

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