quarta-feira, 9 de março de 2011

Caminhões parados por falta de motoristas treinados. Consumidores mais informados que vendedores

 Novos desafios do mercado de trabalho


Uma amostra de que como a formação profissional mudou, no mundo e no Brasil, está no “apagão nas entregas do e-commerce”, como noticiado por Daniele Madureira no jornal Valor Econômico, edição 2709, válida até 8 de março. 


Segundo ela, o  crescimento acelerado das vendas do comércio eletrônico não tem sido acompanhado, na mesma proporção, por investimentos em infraestrutura e logística, levando a problemas na entrega dos produtos. Em 2010, os consumidores movimentaram cerca de R$ 15 bilhões pela internet, um aumento de 40% sobre 2009, segundo a consultoria e-Bit.
Isso quer dizer que treinamento voltado para os colaboradores das empresas deve ir além do básico. Um motorista já sabe o básico, assim como um ascensorista. Mas ambos precisarão tomar decisões e desenvolver a capacidade de interagir com as novas tecnologias assim como já se espera que nós, cidadãos, façamos nos caixas eletrônicos.

Consumidores estão mais informados que vendedores, diz pesquisa
Estudo realizado pela Motorola Soluções mostra que 55% dos varejistas pesquisados afirmam que os consumidores tiveram mais acesso a informações que as suas equipes de venda. Questão de sobrevivência comercial, portanto, como indica a pergunta de um consultor de Tecnologia da Informação: “Qual a credibilidade que um vendedor vai passar em uma venda quando o consumidor sabe mais que ele”?
O levantamento indica ainda que os varejistas que não investem em tecnologia poderão ter seus negócios prejudicados: 28% das pessoas que visitaram alguma loja teriam deixado de gastar US$ 132, em média, por problemas relacionados ao atendimento no ponto de venda, à falta de produto e de atendentes e às longas filas para pagar.

A falta de treinamento tem ocasionado problemas e queixas, como relata o texto do jornal Valor Econômico: “sem condições de garantir a entrega nos prazos e condições acertadas com os clientes, aumentaram muito as reclamações sobre atraso das encomendas. Segundo o Procon-SP, as queixas sobre entregas fora do prazo feitas por consumidores do canal eletrônico mais do que dobraram no segundo semestre de 2010”.

“O caso da Total Express, uma das maiores prestadoras de serviços às empresas de comércio eletrônico do país, é emblemático. A companhia, diz seu presidente, Marcos Monteiro, investiu R$ 4 milhões para comprar 24 caminhões destinados ao transporte rodoviário de mercadorias compradas pela internet. Mas só encontrou 20 motoristas habilitados para dirigir os veículos. "Quatro estão parados desde dezembro porque não tenho mão de obra qualificada".

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