Por Márcio Teixeira
Falar em apagão no Brasil nos leva diretamente para dois episódios, o “apagão” aéreo e o “apagão” elétrico, duas ocorrências reais no Brasil em 2007 e 1998, respectivamente.
Esses fatos rapidamente saíram da nossa mente, porque afinal somos seres humanos e precisamos esquecer para poder continuar seguindo em frente.
Mas o que me traz preocupação diária é como as pessoas estão abandonadas na hora de atender ao mercado de trabalho.
Há milhares de postos de trabalho e pouca gente qualificada para assumi-los.
Na área de Tecnologia de Informações existem mais de 50 mil postos de trabalho, mas para preencher esses cargos não há gente preparada no mercado.
O Brasil aceitará mão-de-obra vinda de fora do País, aliás já aceita, mas terá de fazer isso como política de crescimento econômico. Será mais barato pagar do que esperar.
Pais e filhos começam tarde
Um erro do Brasil, na minha opinião, pensar somente em diploma. Ter diploma é bom e, na medida do possível, todos devem obtê-lo.
Mas a barriga não espera até o diploma chegar. Os pais fazem um esforço danado para conseguir que os filhos terminem ao menos o primeiro grau.
Não é suficiente. Cada vez mais os pais precisam preparar os filhos para o mundo. Isso quer dizer que desde muito cedo os filhos precisam entender como as máquinas funcionam.
Cedo quer dizer a partir dos 10 anos. Informática básica não é mais conhecimento, é obrigação. Em algumas universidades as provas já são feitas pela internet.
E nas empresas é preciso saber mais do que ligar o computador, escrever um email ou escrever um texto nos processadores de texto. E bate-papo virtual não prepara ninguém.
Escolas de cursos profissionalizantes têm um papel institucional maior do que o simples vendedoras de treinamento. E o governo não tem rapidez para pensar nisso.
Pensar no futuro dos filhos cada vez mais cedo será um grande e belo desafio dos pais.
Márcio Teixeira é diretor-executivo da Prepara Cursos Profissionalizantes, Unidade Osasco.
Contatos: marcio.teixeira@preparasp.com.br