terça-feira, 25 de janeiro de 2011

É preciso rever conceitos educacionais

Diretor-executivo PreparaOsasco

Todo ano, os pais fazem um esforço danado para motivar seus filhos a ser bons alunos, mas sofrem diante da falta de orientação mais segura ou mesmo diante do excesso de orientação contraditórias. Esse foi o mote principal de um artigo publicado no New York Times do ano passado, assinado por Benedict Carey relata que aquele velho e surrado conjunto de leis clássicas não funciona. Os conselhos são: ter um lugar limpo e silencioso, um programa caseiro de trabalho, definir objetivo e limites, não prometer prêmios nem facilitar muito a vida dos estudantes.
"Tais teorias se desenvolveram em parte por que sistemas de pesquisa educacional muito rígidos não fornecem orientações claras sobre como agir. As características dos estudante interagem com os estilos de ensino, assim como interagem com as regras de casa. O problema é que ninguém pode prever como as interaçoes ocorrem", relata Carey.
O texto de Carey vai mais longe: "Nos últimos anos, os cientistas cognitivos têm demonstrado que algumas técnicas simples podem melhorar de forma confiável o que mais importa: o quanto o aluno aprende a estudar".
"As descobertas podem ajudar a qualquer um, de um aluno de quarto ano num cálculo matemático a um aposentado aprendendo um novo idioma". 
Diz ainda que em vez de mantermos um local de estudo basta alternar a sala onde a pessoa estuda para melhorar o grau de retenção do material estudado. Assim como aumenta a retenção estudar temas distintos, mas correlatos, numa mesma sessão de estudos, em vez de se concentrar intensamente em um único tema.
"Nós lidamos com esses princípios durante algum tempo. É intrigante que as escolas não os tenha melhorado por tentativa e erro", disse Robert A. Bjork, um psicólogo da Universidade da Califórnia, Los Angeles. "Em vez disso, andamos por aí com todos os tipos de crenças não examinadas sobre o que funciona mas que não funciona."
Pegue a noção de que as crianças têm estilos específicos de aprendizagem, que alguns são "aprendizes visuais" e outras são auditivas, alguns são "cérebro-esquerdo", outros "cérebro-direito”. Em uma recente revisão do conhecimento acumulado a respeito, publicada no revista Psychological Science in the Public Interest, uma equipe de psicólogos encontrou pouquíssimo apoio para tais idéias. "O contraste entre a enorme popularidade dos estilos de aprendizagem do sistema educacional e a falta de evidências dignas de crédito é, em nossa opinião, surpreendente e preocupante", concluíram os pesquisadores.
"O mesmo vale para estilos de ensino, dizem os pesquisadores. Alguns excelentes professores estacam na frente do quadro-negro como Falstaffs (personagem de Shakespeare). Outros se recolhem num certo estado de timidez. "Ainda temos de identificar os traços comuns entre os professores que criam um ambiente de aprendizagem construtivo", disse Daniel T. Willingham, um psicólogo da Universidade de Virgínia e autor do livro "Why Don't Students like school?” (Por que alunos não gostam da escola?"

Nós que lidamos, hoje, no Brasil, com dificuldades não examinadas talvez devamos nos autorizar a empreender esforços no sentido de ajudar as pessas a aprender a aprender. O conceito não é exatamente novo, mas curiosamente vem de meios empresariais e não educacionais.

Na Prepara usamos um método em que não existem turmas, cada aluno faz seu horário tendo sempre um monitor atento a seu lado. Não encorajamos a dificuldade como caminho para um aprendizado fecundo e até mesmo rápido. O aluno deve entrar com seu interesse e empenho, os pais com seu apoio constante e até mesmo algumas trocas de informação (antigamente seriam cobranças ríspidas). 

Claro, o Brasil tem um tremendo buraco educacional a superar. Aqui, apenas, fazemos a nossa parte.



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